ATR expande fronteiras em Mundi, sexto trabalho do trio, lançado nesta sexta-feira (28), com diversas participações e patrocínio do programa Natura Musical
Alargar fronteiras estéticas, criativas e culturais guiam a concepção do universo sonoro de Mundi (Natura Musical), sexto trabalho de estúdio da banda instrumental ATR, produzido com o apoio do programa Natura Musical, lançado nesta sexta, 28 de agosto, em todas as plataformas digitais.
Mundi propõe um mergulho estético que explora o vasto universo da música eletrônica e pop, sonoridades presentes nos últimos trabalhos do grupo, junto à contribuição das particularidades musicais e vocais de cada artista convidado, com o intuito de conduzir o ouvinte a diferentes lugares do globo, passando por distintos contextos sociais, políticos e culturais que têm na música o ponto comum de conexão.
Nessa volta ao mundo, o itinerário traz à tona parcerias musicais firmadas ao longo de mais de uma década de trajetória, como Carolina Camacho (República Dominicana), Billy Pilgrim (EUA), Vox Sambou (Haiti/Canadá), Michu Mendez (Argentina) e os brasileiros Luedji Luna e Donatinho.
Antes de Mundi chegar integralmente ao planeta Terra com suas 9 faixas, o trio lançou três singles acompanhados de videoclipes. Intensa e dançante, ‘Qué tá mirando’ uniu o flow caribenho à postura incisiva da dominicana Carolina Camacho com a estética eletrônica da banda e já anunciou a atmosfera dançante e também questionadora do álbum. Depois, Luedji Luna trouxe em ‘Batom’ um clima de sedução com refrão marcante em meio à mescla de sonoridades com a música africana contemporânea. Recentemente, em ‘In my stereo’, faixa mais radiofônica e vibrante do álbum, o grupo explorou o universo do House e do Pop ao lado da argentina Michu Mendez.
Ouça Mundi
Versátil, complexo, intrigante e festivo, Mundi traz uma multiplicidade de influências. De David Bowie, Jamiroquai e Daft Punk a Madonna, Rihanna e Dua Lipa, o disco perpassa também por Tássia Reis, Rincon Sapiência e Ana Tijoux e se volta para Mayra Andrade, Afro B e Fanta Konatê, de forma que clássicos e contemporâneos coexistem com diversas referências distintas, mas não só. O trabalho, idealizado e produzido em São Carlos, interior de São Paulo, busca romper fronteiras linguísticas, geográficas, e limites criativos de experimentação sonora ao se conectar com a linguagem cósmica da música.
Sobre o desafio de produzir um álbum completamente a distância e sendo ainda o primeiro disco do grupo com a inserção polifônica de línguas e discursos na produção, Eduardo Porto, baterista da banda, comenta sobre o processo:"Quando compusemos as bases nós trouxemos ideias e sentimentos por meio de sons instrumentais, mas quando essas bases recebiam uma letra, com o discurso e o contexto de cada participação, a música se completava com um novo sentido. Todo esse processo de colaboração foi muito enriquecedor para o nosso trabalho." Além dos convidados, os músicos também fizeram contribuições vocais, o guitarrista Gustavo Koshikumo canta em ‘Moving grooving’ e Eduardo gravou o coro de ‘Like a bamboo’.
O trabalho foi mixado por Deep Leaks, masterizado por Bernardo Schwanka do Fabriek Studio; Ani Haze e Natália Arjones são responsáveis pela identidade visual do álbum e pelos videoclipes, que tem distribuição pela Altafonte, e produção executiva da agência Let’s GIG.
Mundi, novo disco do ATR, foi selecionado por Natura Musical, ao lado de Felipe Antunes e Nástio Mosquito, Samba de Dandara e Castello Branco, por exemplo. Em São Paulo, a plataforma já ofereceu recursos para 26 projetos até 2019, como Elza Soares, O Terno, Curumim e Rael.
“Nós acreditamos no impacto transformador que a música pode ter no mundo. E os artistas, bandas e projetos de fomento à cena selecionados pelo edital Natura Musical têm essa potência de mobilizar o público na construção de um mundo com mais diversidade, equidade e igualdade social”, afirma Fernanda Paiva, Head of Global Cultural Branding.
Confira o faixa a faixa
1. About the loving
A música traz a participação do futurismo retrô de Donatinho e seus amados sintetizadores analógicos. O músico autodidata, que já trabalhou com artistas como Gal Costa, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Djavan, Ivete Sangalo e também com o trio em Positrônico (2015), primeira incursão mais eletrônica da banda, não faltaria no disco, ainda mais nessa faixa influenciada por clássicos como Jamiroquai e Daft Punk.
2. In my stereo
Essa composição tem a participação da cantora e guitarrista argentina Michu Mendez, conhecida por seu trabalho com os projetos Petit Mort, duo Muñoz, Antivibe e Mandale Mecha. Permeada por referências do mundo pop como Rihanna, Dua Lipa e The Blaze, o trio explora o vasto universo do House e o resultado é uma faixa radiofônica e festiva. Com letra em inglês e refrão marcante, é a mais acessível e vibrante do disco e se destaca por sua singularidade estética dentro do repertório explorado pela banda até então.
In my stereo também foi lançada com um clipe colaborativo produzido junto com amigos, artistas e produtores de forma online, em função do distanciamento social neste momento pandêmico. O vídeo simula as interações realizadas em festas virtuais, com o intuito de celebrar a importância da arte e da diversão, ainda mais em períodos incertos.
Curiosamente, foi uma saga finalizar a produção da música, diz a banda, que já havia tentado com outros artistas quando Michu foi extremamente assertiva, tanto que pouquíssimas alterações foram feitas depois do envio da composição.
3. Like a bamboo
Com referências como Tássia Reis, Baco Exu do Blues, Rincon Sapiência, Gorillaz e Kendrick Lamar, Like a bamboo, considerada como uma mistura de groove/beat com rap, tem a contribuição do rapper norte-americano Billy Pilgrim. Com um flow incrível, o artista já tocou ao lado de grandes nomes do gênero como Wu-tang Clan, K-os e Homeboy Sandman, e também fez uma turnê pelo Brasil em 2016 quando se apresentou em São Carlos, cidade natal da banda, e conheceu os integrantes. Neste encontro, Gustavo e Billy iniciaram a composição da faixa que foi lapidada para integrar o disco.
4. No diskriminasyon
A intenção do trio nessa faixa era se conectar mais com a música africana e trabalhar a marcação do gênero Afrohouse. No diskriminasyon tem a colaboração do haitiano Vox Sambou, que já tocou com artistas como o rapper Mos Def e a banda Antibalas, também é reconhecido pela sua mistura de rap com afrobeat, grooves latinos e batidas de reggae, além de ser um letrista habilidoso, enérgico e perspicaz.
Na música, o artista fala sobre a problemática da discriminação social e do nosso dever, enquanto cidadãos, de defender a pauta dos direitos humanos, seja em Limbé, no Haiti, seja em São Carlos, coloca Vox.
5. Batom
Batom tem a participação da cantora e compositora baiana Luedji Luna. Com referências que perpassam por Mayra Andrade, Fanta Konatê, Sara Tavares e Afro B, a faixa representa uma passagem da estética eletrônica pela África nesse giro pelo globo sugerido pelo álbum. Em clima de romance e desejo, a letra e melodia de Luedji trazem essa atmosfera de sedução em meio à mescla de sonoridades com a música africana contemporânea, como Afrojazz e Afrohouse, o Pop e a MPB, além dos elementos orgânicos de percussão, piano e violão propostos pelo trio.
6. Qué tá mirando?
Qué tá mirando? foi o primeiro single do novo trabalho. Intensa e dançante, a faixa é um recado franco da cantora dominicana Carolina Camacho. Construída com beats e loops eletrônicos, além de elementos orgânicos como cítara, flauta e percussão, a música traz versos de batalha e reforça temas como luta, resistência e proteção. A junção do flow caribenho e da postura incisiva de Carolina com a estética eletrônica da banda entrega uma faixa pronta para animar qualquer festa.
7. Corazón
Corazón também tem a participação da argentina Michu Mendez e do músico Maurício Candussi do Duo Finlândia, que toca acordeon na faixa. Influenciada por Major Lazer, Ana Tijoux, Bomba Estéreo e Gotan Project, a base instrumental foi produzida em uma noite de insônia durante uma turnê do grupo pelo Pará e traz uma vibe eletrônica-caribe-reggaeton, além de referências do selo Mad Decent.
8. Mundi
Única música instrumental do álbum, apesar de ter samplers de voz, Mundi não tem nenhuma participação e explora referências clássicas da dance music, como Todd Terje, Zombie Nation, Daft Punk e Disclosure, com uma batida intensa, numa linha de baixo incessante e melodia simples.
9. Moving grooving
Também com influências clássicas como Chemical Brothers e Justice e pensada para dançar despretensiosamente nas já saudosas pistas, Moving
grooving tem a voz do guitarrista Gustavo Koshikumo e oferece ao ouvinte um groove hipnotizante com finalzinho surpreendente.
Ficha técnica
Artistas: ATR I Gustavo Koshikumo, Juliano Parreira e Eduardo Porto
Carolina Camacho - ‘Qué tá mirando?’
Billy Pilgrim - ‘Like a bamboo’
Vox Sambou - ‘No diskriminasyon’
Michu Mendez - ‘In my stereo’ e ‘Corazón’
Luedji Luna - ‘Batom’
Donatinho - ‘About the loving’
Maurício Candussi (acordeon) - ‘Corazón’
Éder Araújo (saxofone) - ‘No diskriminasyon’
Produção musical: ATR e Deep Leaks
Mixagem: Deep Leaks I Gustavo Koshikumo e Juliano Parreira
Masterização: FABRIEK Studio | Bernardo Schwanka
Produção executiva: Let’s GIG I Eduardo Porto, Fernanda Martucci, Gabriela Pompermayer e Ricardo Rodrigues
Distribuição: Altafonte
Marketing digital: Listo
Identidade visual: Ani Haze e Natália Arjones
Patrocínio: Natura Musical
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